Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Aprendizagem Imersiva

A Realidade Virtual (RV) e a Realidade Aumentada (RA) são tecnologias emergentes que estão causando revoluções nas mais diversas áreas do conhecimento, entre elas a educação. A RV cria um ambiente completamento digital, fazendo com que os usuários interajam com um mundo simulado através de dispositivos, tais como os óculos de RV e sensores de movimento. Slater e Sanchez-Vives (2016) nos trazem em seus estudos que a RV possibilita uma experiência imersiva, demonstrando grande utilidade em atividades de simulações de treinamento e na criação de experiências educativas que envolvam os participantes. Esta imersão faz com que os alunos explorem ambientes e cenários complexos de forma segura e controlada, facilitando o processo de compreensão de ideias e conceitos abstratos, bem como a prática de habilidades em contextos reais.

Já a Realidade Aumentada (RA) sobrepõe elementos digitais no “mundo real”, permitindo que ocorra uma interação simultânea com o ambiente físico e o virtual. Segundo Azuma (1997), a RA torna mais rica a percepção do usuário, incrementando informações contextuais diretamente em seu campo de visão. No contexto educacional, a RA pode gerar transformações na aprendizagem tradicional, proporcionando materiais didáticos e interativos que façam com que o ensino se torne mais dinâmico e envolvente. Um exemplo da utilização da RA na educação é a utilização de aplicativos para a visualização de modelos tridimensionais nas aulas de química e biologia e na engenharia, fazendo com que os sujeitos que estejam visualizando estas informações tenham uma compreensão mais aprofundada e prática dos conteúdos que estão sendo estudados.

A aprendizagem imersiva mescla elementos de RV e RA para gerar ambientes educacionais que sejam interativos e envolventes. De acordo com Johnson et al. (2016), essa abordagem pode aumentar de forma significativa a motivação e o engajamento dos alunos, possibilitando uma aprendizagem mais profunda e duradoura. Além disso, a aprendizagem imersiva permite que os alunos participem de forma efetiva no processo educativo, explorando e manipulando objetos virtuais, solucionando problemas nos mais diversos tipos de cenários e colaborando na realização de atividades de maneira mais efetiva. Em particular, a metodologia da aprendizagem imersiva, apresenta eficácia em áreas que exigem a realização de práticas do conhecimento, tais como a medicina, e engenharia e a formação técnica.

Por mais que estes recursos apresentem benefícios evidentes, sua implementação na educação enfrenta desafios significativos, tais como custos elevados e a necessidade de infraestrutura tecnológica avançada. Além disso, é importante que ocorra uma capacitação com os professores para que eles possam integram essas tecnologias de forma significativa em seus planejamentos. Segundo Merchant et al. (2014), o que torna a aprendizagem imersiva eficaz não depende apenas da tecnologia em si, mas da maneira como ela é utilizada pedagogicamente. A partir do momento que essas tecnologias se tornam mais acessíveis e sua inserção em ambientes educativos se amplie, se torna esperado que elas desempenhem um papel central na modificação do ensino e da aprendizagem, propiciando espaços educacionais inovadores e eficazes.

Referências

Azuma, R. T. (1997). A survey of augmented reality. Presence: Teleoperators & Virtual Environments, 6(4), 355-385.

Johnson, L., Adams Becker, S., Cummins, M., Estrada, V., Freeman, A., & Hall, C. (2016). NMC Horizon Report: 2016 Higher Education Edition. Austin, Texas: The New Media Consortium.

Merchant, Z., Goetz, E. T., Cifuentes, L., Keeney-Kennicutt, W., & Davis, T. J. (2014). Effectiveness of virtual reality-based instruction on students' learning outcomes in K-12 and higher education: A meta-analysis. Computers & Education, 70, 29-40.

Slater, M., & Sanchez-Vives, M. V. (2016). Enhancing our lives with immersive virtual reality. Frontiers in Robotics and AI, 3, 74.